segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dica da Dad

Aproveitando o sucesso do post anterior, vamos a mais um (prometo que é o último assim!).

Tem uma eminente professora de português que fica dando (ou a dar) dicas gramaticais, como escrever o “bom português”, diga-se de passagem o português da “norma culta”, como se o outro, o falado pelos brasileiros reais, não tivesse cultura. Aí ela tem uma coluna no Correio Braziliense (braziliense com “z”? ah isso pode, eles têm “licença midiática”), tem programinha na tv local, tem livro, só não tem mais o que fazer. É a Pasquale do Cerrado, outro que também não tolero.   

Nada contra minha própria categoria, mas a ilustre professora me irrita. Ela fala num tom cansativo, tentando ser simpática, parece uma socialite fazendo ação social abraçando criança subnutrida, sem camisa e com catarro, fazendo uma cara de riso e nojo ao mesmo tempo. Então resolvi dar um dica de como ser um pouco menos chata, utilizando um vocábulo bem comum no dia-a-dia da população: merda.

Em uma rápida lição, pretendo demonstrar como uma mesma palavra pode ter diferentes classificações morfológicas/sintáticas.

Interjeição: Merda! Que merda! Puta merda!

Você é um merda! Sintaticamente, núcleo do predicativo do sujeito. Morfologicamente: adjetivo.

Vá à merda! Neste caso, acho interessante também explicar o uso da crase: quem vai a merda, volta da merda, crase há. No mais, adjunto adverbial de lugar.

Olha a merda que tu fez. Quem olha olha algo ou alguém, objeto direto. Na norma culta deveria ser: Vedes a merda que tu fizestes.

No teatro: Merda pra vocês! Neste caso o que mais interessa é explicar a origem da expressão. Certa vez, na Inglaterra antiga, a rainha foi assistir à estréia de uma comédia. Num determinado momento, A Majestade não se aguentou de tanto rir e foi ali mesmo. Após o ocorrido, todos quiseram assistir e foi um sucesso absoluto. Mentira, eu que inventei essa bobagem.

A merda toda é deixarmos fazerem por nós. Sujeito. 

Tá. Este post ficou uma merda, “ta baixando o nível, Cadu” . Só brincadeirinha pra não pirar, gente! Outra dica, Dad: die!