sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Balada d`as três mulheres do sabonete Araxá: estética e mercadoria



Discutindo e atualizando aspectos das relações de troca e consumo realizados por Karl Marx, Wolfgang Fritz Haug apresenta em Crítica da estética da mercadoria, de forma sintética, os estímulos utilizados pelo capitalismo comercial no incentivo ao consumo fetichizado. Em nossa análise do poema Balada das três mulheres do sabonete Araxá, de Manuel Bandeira, identificamos o movimento de redução formal e estética, possível à poesia, realizadas pelo poeta e que dialogam com a análise de Haug. Este artigo buscará realizar uma discussão entre as duas construções.
Uma análise mais simples, restrita ao que está explícito no corpo de suas poesias, pode levar o leitor dos poemas banderianos a entendê-los demasiados inocentes e superficiais. No entanto, é preciso ir além no sentido de buscar sua profunda sensibilidade. Segundo Arrigucci (2000), nos livros Libertinagem (1930) e Estrela da manhã (1936), do qual faz parte o poema de nosso estudo, Bandeira havia atingido a maturidade poética, tendo construído um modo inconfundível de dizer as coisas que pretendia (...) desperto para o mundo em torno.(p.11), além de representarem sua maior adesão ao modernismo, anunciada anteriormente em outros livros.
No livro intitulado O cacto e a ruína, Davi Arrigucci (2000), antes de iniciar a análise do poema a que se dedica, faz um preâmbulo contextualizando Bandeira e o momento em que vivia. O crítico ressalta a perplexidade do poeta frente às transformações que marcavam o ingresso do Brasil na modernidade, com todas as contradições de sua realidade periférica - o país que já nasceu moderno. O momento vivenciado por Bandeira

Correspondia a diversas transformações históricas da sociedade e a determinadas aspirações de classe, de certas camadas mais avançadas da burguesia, nas duas primeiras décadas do século XX, num país que começava a industrializar-se, a urbanizar-se e a viver os problemas materiais e os conflitos ideológicos do mundo capitalista, agravados pelos desequilíbrios internos do desenvolvimento histórico e das desigualdades sociais. (ARRIGUCCI, 2000, p.13).

Arrigucci afirma ainda que verificar a articulação entre texto e contexto é o meio de compreender a profundidade e a peculiaridade da poesia de Bandeira no momento de definição de seu estilo, especialmente no que reflete e refrata a modernidade e seus novos rumos. Sua poesia faz a justaposição de elementos das mais diversas fontes, com inovações inusitadas, fazendo constar no poema objeto de nossa análise mulheres que são ao mesmo tempo lascivas, doiradas borboletas, três Marias, sem, no entanto, deixarem de ser apenas um retrato numa embalagem de sabonete. Arrigucci (2000) explica que
Bandeira revela desde logo as antenas sutis que possuía e fora afinando para captar uma poesia difusa no mundo das pequenas coisas do dia-a-dia, recolhendo elementos de contextos diversos, que ele aprendeu a considerar, aproximando-se do que até então não era tido por poético (p.17).

A percepção do poeta ao absurdo a que chegara a propaganda capitalista na busca da sedução do consumidor e a forma que mistura prosa, ditos populares e resquícios da poesia tradicional justapostos sob o título de balada, exemplifica a capacidade de captação dessas antenas ao mundo em que está envolto e a materialização estética e formal em poesia do que antes não poderia ser assim chamada, sendo assim temos poemas “feitos com palavras de todo dia, tirados do cotidiano mais corriqueiro, do mundo mais prosaico, conseguem, no entanto, conter, condensadas, a máxima complexidade e a emoção mais alta (ARRIGUCCI, 2000, p.19). O caminho aberto por Baudelaire na lírica moderna, rompendo com as separações categóricas de sublime e grotesco, prosa e poesia, dentre tantas outras, é trilhado de forma brilhante, inovadora e brasileira por Bandeira.
Arrigucci esclarece a importância das artes plásticas para a poesia e demais artes modernas, tendo sido, de certa forma, a ponta de lança das vanguardas modernistas. Nesse sentido, é interessante observar que a inspiração do poeta parte de um possível quadro, cartaz que reflete a imagem das mulheres do Sabonete Araxá, esta imagem é captada pelo poeta e refratada no poema.
 
Com efeito, ela parece tender, por meio de certos procedimentos de construção, para um tipo de poema que se diria imagético ou pictórico, avizinhando-se das tendências cubistas e surrealistas (mediante a redução estrutural ou a percepção simultaneísta, ou ainda, através da montagem surreal de elementos insólitos em contexto dissociado, onírico ou absurdo) no uso do verso livre, já a essa altura perfeitamente dominado e incorporado pelo poeta que levara anos no exercício de aproximação a esse novo tipo de verso. Depois, na constante tendência à extrema simplificação que parece ter presidido à organização formal da linguagem, submetida à mais completa poda, num claro esforço de redução do discurso lírico às palavras essenciais ao assunto (ARRIGUCCI, 2000, p.28).

Ainda sobre as inovações presentes na poesia do período, Antônio Candido, no ensaio intitulado A revolução de 30 e a cultura, esclarece que

Nas artes e na literatura foram mais flagrantes do que em qualquer outro campo cultural a “normalização” e a “generalização” dos fermentos renovadores, que nos anos de 1920 tinham assumido o caráter excepcional, restrito e contundente próprio das vanguardas, ferindo de modo cru os hábitos estabelecidos (CANDIDO, 2006, p.223).

Nesse mesmo ensaio, Candido (2006) complementa

Na poesia a libertação foi mais geral e atuante, na medida em que os modos tradicionais ficaram inviáveis e, praticamente, todos os poetas que tinham alguma coisa a dizer entraram pelo verso livre ou a livre utilização dos metros, ajustando-os aos anti-sentimentalismo e à antiênfase. Os decênios de 1930 e 1940 assistiram à consolidação e difusão da poética modernista, e também à produção madura de alguns dos seus próceres, como Manuel Bandeira e Mário de Andrade (p.225).

É esse quadro que mistura sensualidade, amor, mercadoria, ternura e vulgaridade que está pintado n`As três mulheres do sabonete Araxá, poema da maturidade de Manuel Bandeira capaz de ilustrar a alta elaboração formal e a sensibilidade aguda do poeta ao cotidiano local-universal no qual vivia.
Iniciamos a análise do poema pelo título, que traz a palavra balada como quem quer dizer: isso que segue abaixo é um poema, ainda que não pareça. Quer dizer ainda que trata-se de um tipo de poema suave, lírico, uma declaração de amor as três mulheres do sabonete Araxá. Tal indicação causa de imediato um estranhamento, um questionamento à veracidade desse sentimento já que, numa visão tradicional, não se pode amar três mulheres ao mesmo tempo. Ainda sobre o nome balada, a necessidade de constar no título indica, de certa forma, uma “etiqueta” de identificação, uma classificação prévia que para o leitor tem duas implicações possíveis: o direcionamento da sua interpretação, uma predisposição para uma leitura amena, quase uma ode as tais mulheres ou uma departamentalização, uma categorização do produto a ser consumido, facilitando sua localização na prateleira literária. Este último aspecto expressa uma maior relação com a análise do poema como um todo, evidenciando, pela forma, a crítica mordaz que o poeta faz à intensificação do processo de alienação capitalista em que tudo é mercadoria: de mulheres a poemas.
Ainda com relação ao título, quando coloca como conectivo entre as três mulheres e o sabonete a preposição “do” está sendo estabelecida uma relação de posse entre este e aquelas, o Sabonete Araxá é, portanto, o dono delas e, considerando a sociedade ocidental naquele momento já livre de regimes escravocratas, só é possível ter a posse sobre coisas e não sobre pessoas. Ciente desse processo de coisificação, o eu-lírico quer também possuí-las, para o que precisa comprá-las, o que é o grande nó do poema, pois como comprá-las de fato se a promessa do produto é uma impossibilidade?
Tentando imaginar o momento que originou a inspiração do poeta para tal criação, visualizamos Bandeira deparando-se com um cartaz, outdoor, embalagem, enfim algo de forte apelo visual capaz de invocar, hipnotizar o poeta. O recurso hipnótico, aliás materializado nas três mulheres, sempre foi característico das peças publicitárias da sociedade de consumo, que têm por grande objetivo seduzir o consumidor, não pelo que possa de fato oferecer a ele enquanto valor de uso, mas o fetiche do valor de troca, no caso, compre um sabonete e leve as três mulheres ou, para as mulheres, seja você também uma dessas mulheres usando o sabonete Araxá
Desse modo, consuma-se uma abstração: o valor de troca desligou-se também de cada necessidade particular ao se emancipar perante cada corpo particular de mercadorias. Àquele que o possui, ele concede um poder sobre todas as qualidades particulares, limitado apenas por sua quantidade (HAUG, 1997, p.24).

O dinheiro surge como facilitador das relações de troca, uma terceira referência quando da necessidade de entregar um bem de que não precise e receber por ele um outro do qual necessite (HAUG, 1997).  Apesar de já estar na era do uso do dinheiro enquanto ferramenta de intermediação das relações de troca, o poema não fala em valores monetários de forma explícita, mas retoma relações de troca direta entre os bens. A grande dificuldade para realização dessa troca é estabelecer uma equivalência entre as mercadorias disponibilizadas para o negócio. A primeira mercadoria oferecida pelo poeta é o “seu reino”, e qual seria o reino do poeta? Normalmente essa expressão, oriunda da obra Ricardo III, de William Shakespeare, “meu reino por um cavalo”, posteriormente tornado um dito popular no Brasil, é utilizada no sentido de: tudo que eu tenho por isso ou aquilo. O que tem o poeta senão a sua poesia? Está o poeta propondo entregar seu legado literário, sua inspiração lírica, todas as dores, visões e vivências propiciadas pela visão poética por uma vida de gozos ao lado das três moças, experimentar o “gozar a vida” que ao mesmo tempo é esquecê-la, é o não viver, penetrar no sono e acreditar que a verdadeira existência está no assistir (DEBORD, ANO).
Mas a proposta parece impossível, estaria o “proprietário” das três mulheres do sabonete Araxá disposto a trocá-las por isso? Não. Desesperado, oferece a sua mão-de-obra, sua vida, sua matéria, apresenta-se enquanto produto para ser possível de troca: Que eu vivo, padeço e morro só pelas três mulheres do sabonete Araxá! Mais uma vez, o poeta trabalha com o exagero, o que faz com que o leitor duvide da veracidade de sua afirmação, parece demasiadamente absurdo oferecer a vida por três mulheres desenhadas em um cartaz. Estaria o poeta ironizando a proposta do sabonete? Estaria exagerando em sua promessa para evidenciar o quanto é absurda e ilusória a promessa do produto? Certamente. A grande questão a que Bandeira chama a atenção no poema ao focar tão somente na imagem, na embalagem da mercadoria, é para o quanto esse movimento sedutor do capital é irreal, ridículo, absurdo, mas ao mesmo tempo naturalizado, encenado por consumidor e mercadoria no teatro da vida real, cada dia menos real, cada dia menos vida.   
Segundo Haug (1997), “a produção de mercadorias não tem como objetivo a produção de determinados valores de uso como tais, mas a produção para a venda’’ (p.26). Nesse sentido, o sabonete, ora produzido para higienização humana, torna-se a parte menos importante, o valor de uso da mercadoria descola-se quase que absolutamente do valor de troca, passando a importar apenas este último na venda da imagem das três mulheres é a riqueza abstrata, o valor de troca emancipado (p.28). A promessa do produto neste caso oferece ao comprador duas possibilidades: se mulher, poderá ter a pele e a beleza iguais à das mulheres ali desenhadas; se homem, poderá atrair aquelas mulheres usando o tal sabonete. “O valor de uso estético prometido pela mercadoria torna-se então instrumento para se obter dinheiro”, ou seja, o apelo estético passa a ser fundamental no processo de compra e venda “Quem domina a manifestação, domina as pessoas fascinadas mediante os sentidos’’ (HAUG, 1997, p.27).  
Outra marca da ironia do poema, construída pela contradição entre o dito e o sabido não explícito, está nas possibilidades que relaciona para “quem” seriam essas três mulheres. Como amar tanto, a ponto de sacrificar riquezas, regalias e a própria vida, algo de que nada se conhece? Pois a relação que têm entre si pode ser de amizade, amor, de irmãs; socialmente podem ter profissões extremamente divergentes: prostitutas, declamadoras, acrobatas. Essas profissões inclusive remetem à venda direta do corpo: prostitutas, serviços sexuais; declamadoras, voz e expressão para deleite da platéia; acrobata, músculos e imagem para contemplação do público que paga o espetáculo. Ainda utilizando o sabido não dito, faz menção as três Marias, três estrelas, estrelas estas que sempre foram fontes de inspiração lírica, mas no caso deixam a dúvida: são estrelas “celestes”, admiráveis e jamais atingíveis, ou estrelas “celebridades”, humanas, mas também inatingíveis? Fato é que as duas remetem a fetiches populares de desejos impossíveis, porém sempre cultuados socialmente e explorados inescrupulosamente pela publicidade.        
“A mercadoria ama o dinheiro” citação de Marx. Esse “amor” é o tipo de estímulo forte utilizado na busca da valorização das mercadorias, então
[...] um gênero inteiro de mercadorias lança olhares amorosos aos compradores imitando e oferecendo nada mais que os mesmos olhares amorosos, com os quais os compradores tentam cortejar os seus objetos humanos do desejo. Quem busca o amor faz-se bonito e amável (HAUG, 1997, p.30).

O amor do produto pelo dinheiro do poeta, bem como pelo dinheiro dos demais indivíduos da sociedade, está manifesto na expressão das sedutoras moças do cartaz. E aí misturando “todos os gostos,” apresenta para regozijo do comprador os diversos tipos femininos que permeiam a fantasia do masculino nacional: brancaranas azedas; mulatas cor da lua; celestes africanas. Certamente por alguma delas se terá interesse ou, como é o caso do eu-lírico em questão, interessa-se pelas três, materializando também uma outra diretriz capitalista: é preciso consumir em grandes quantidades.
Sobre o processo de transubstancialização da mercadoria, Haug (1997) explica-nos também
As mercadorias mesmo têm um desempenho bem menor daqueles que realmente deveriam ter, até mesmo no sentido imanente ao sistema; se não oferecesse ininterruptamente aos compradores a ideologia da felicidade, as mercadorias dificilmente suscitariam o sentimento da felicidade. O seu conteúdo de realidade torna-se cada vez mais sutil, e vê-se então que o mundo das mercadorias chegou a um ponto no qual simplesmente precisa romper com a realidade (p.47).

Esses movimentos ficam claros na construção banderiana, um quase mantra, a expressão as três mulheres do sabonete Araxá aparece 8 vezes em um poema de 19 versos. Assim como a publicidade cria a necessidade pela exposição incansável dos consumidores a determinado produto (presentes em todas as mídias possíveis), o eu-lírico manifesta a percepção da utilização dessa estratégia e a impõe ao leitor, demonstra assim sua fascinação e tenta convencê-lo a também desejar as tão exaltadas mulheres.
Outro trecho que chama atenção no poema
Se a segunda casasse, eu ficava safado da vida, dava pra beber e nunca mais telefonava.
Mas se a terceira morresse...Oh, então, nunca mais a minha vida outrora teria sido um festim!

Se a segunda casasse, o sujeito do poema faria o que o dito popular orienta “dava pra beber e nunca mais telefonava”. Utilizando o pretérito imperfeito do subjuntivo - “se a segunda casasse” – e ainda o pretérito imperfeito do indicativo - “dava”, “telefonava” – num tom coloquial, esses tempos verbais, ao mesmo tempo em que são a expressão de desejos, deixam em dúvida tais afirmações. Quando comenta a possibilidade da morte da terceira mulher faz uma confusão da lógica temporal com as flexões verbais apresentadas. “Nunca mais”; “teria sido”, “outrora”, conflitam-se na tentativa de construção do raciocínio. Quando diz-se “Nunca mais” está se fazendo menção a algo futuro, mas o poeta está se referindo ao passado de sua vida. Então Teria sido, pretérito mais-que-perfeito, e outrora, também passado, que aparecem enquanto projeção da história do sujeito da enunciação são inverdades, uma imaginação, uma criação moldável pelo presente. Mais uma vez o poema está questionando a bipartição do sujeito moderno entre vida vivida de fato e a projeção desta mesma vida criada de “fora para dentro”, na qual o indivíduo é convencido de uma felicidade, de uma existência que não tem. Mercadoria e mercado intensificam o processo de rompimento com a realidade criando uma outra. Nesta, viver é deixar-se seduzir por produtos, crer que o sentido da existência está no consumo e nas ilusórias realizações que este pode proporcionar - compre um sabonete e “tenha” três lindas mulheres. O poema a discute de forma confusa, como confuso é separar realidade de imaginação na sociedade de consumo, a poesia deixa ver essa esquizofrenia social ora naturalizada pela publicidade e demais instrumentos do capitwal.       
Segundo Michael Hamburguer (2007), em A verdade da poesia, “o objetivo dos poetas, pois, é “dizer verdades”, mas de maneiras necessariamente complicadas pelo “paradoxo da palavra humana” (p.56). Essa análise não tem a pretensão de desvendar a “verdadeira verdade” do poema, mas busca, a partir do elementos formais e contextuais, trazer à superfície as “verdades” percebidas por Bandeira em outra simulação que é a propaganda. Neste poema temos portanto um objeto estético que utiliza imagens, sons, figuras de linguagem e um eu-lírico fingido, desmascarando, ao fingir que acredita na máscara, a ilusão sedutora imposta pela publicidade que coisifica mulheres e as vende em embalagens de sabonetes, transforma relações humanas, inclusive a mais sublime que seria o amor, em negócio. Concluindo esta análise, citamos Karl Marx, em seu estudo intitulado O dinheiro
Suponhamos que o homem seja homem e que sua relação com o mundo seja humana. Então, o amor só poderá ser trocado por amor, confiança, por confiança, etc. (...) Todas as nossas relações com o homem e com a natureza terão de ser uma expressão específica, correspondente ao objeto de nossa escolha, de nossa vida individual real. Se você amar sem atrair amor em troca, isto é, se você não for capaz, pela manifestação de você mesmo como uma pessoa amável, fazer-se amado, então seu amor será impotente e um infortúnio. (Marx, 2004)


Referências bibliográficas
ARRIGUCCI,
BANDEIRA,
CANDIDO, Antonio. “A Revolução de 1930 e a cultura”. In: A Educação pela Noite. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006
HAMBURGUER, Michael. “A verdade da poesia”. In: A verdade da poesia. São Paulo:  Cosacnaify, 2007.
HAUG, Wolfgang Fritz. “Primeira parte”. In: Crítica da Estética da mercadoria. São Paulo: UNESP, 1997.

MARX, Karl. “O dinheiro”. In: Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo, Boitempo, 2004.