terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Aforismos meus (1)


Bem, como nunca serei lido, tampouco terei um "The best of" (nunca quis mesmo, rsrs), fiz minha própria seleção de frases que escrevi. Fazem parte de outros textos, de épocas diversas (1998-2012, não necessariamente nessa ordem). 
Leiam pausadamente, um período por vez, certo?
Isso mesmo, voltei. 
Como disse Rilke:
"Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite:"Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade." (Cartas a um jovem poeta).
Sim, era necessário. Leiam o outro também.

A primeira chance, às vezes, é a última chance.
Se juntar todos os meus pedaços, não formo um todo.
É tanto aparelho ligado para ninar a fera que existe em nós.
Gente bem resolvida é tão chata.
Sua ausência, mais do que suas coisas, me lembram você.
As chances continuam existindo para todos, mas possíveis para poucos.
A entrada é franca, mas o conteúdo é pago.
Como se fazer sentido fosse preciso.
Alguém agora está querendo ser e sentir.
Ao que tudo indica, teremos de conviver com a gente mesmo.
Quero que gostem de mim não pelo que sou, mas pelo que eu sinto.
Apenas cumpro ordens.
Onde estão os caras que iriam mudar o mundo? Alguns estão tentando, outros estão tentando mudar a si: é mais fácil.
A vida continua viva, ardente, tediosa, triste, alegre, sonhadora, desesperançada, amorosa, amargurada. É a vida.
Bombas nucleares nós não temos, mas a miséria mata mais que a radiação, mata em silêncio, em câmera lenta, asfixia social.

Gosto da solidão, gosto de estar entre os outros e de dizer e de ouvir coisas que não dizem nada.
É néscio aquele que se repete e espera outro resultado.
O mundo está mudando todo dia e não está mudando em nada.
O homem é limitado: cabe num A4.
Queria saber dizer o que todos os filhos das mães quiseram e querem dizer-lhes.
Mãe sabe que a cria nunca se cria e sempre precisará dela.
Lutamos por uma abstração chamada direitos humanos, defendemos espécimes de sapos em extinção como se fossem nossa própria vida, mas ainda somos indiferentes aos que estão morrendo de fome – muitas pessoas, muitas mesmo, morrem de fome neste país e neste planeta de desperdício, egoísmo, soberba e esnobismo.
Deixei meus vulcões descuidados. Todos entraram em erupção. Destruíram meu planeta e minha rosa. Não por culpa ou maldade, nossos vulcões precisam de atenção.
Ainda esses dias, saí juntando os meus pedaços: pareciam pedaços de um quebra-cabeça incompleto. Era eu invisível dentro de mim.
Quando o bem mostrará que é mais forte que o mal?
Às vezes, a razão está em não ter razão.
Posso até perder, mas não pra mim.
Tudo sem preço, sem prazo, sem perdão nem pecado.
Quero o final, mas ainda nem comecei.
Foda não ser mais aquele. Foda ser o que não se é de verdade. Foda você querer ser ele. Foda querer mil coisas ao mesmo tempo e ao mesmo tempo não querer nada.

3 comentários:

  1. Senhor Carlos Eduardo, percebo que a entidade "Cadu" voltou a atormentar a sua vida organizada e bem sucedida... Para ajudar a controlar a besta-fera recomendo doses controladas de álcool e entorpecentes estimulantes do mercado negro... Os meteoros estão chegando para nos libertar de todo o sofrimento!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Um abraço de seu amigo Daniel!!
    P.S.: Eu torço para que o Cadu vença o Carlos Eduardo!!!...

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  2. Esse negócio de blog é tipo o diário de adolescente mas exposto a quem quiser ler.... essa internet é um paradoxo maluco: estamos nos expondo cada vez mais e ficando mais solitários também... Que esquisito, né? Seus aforismos ficaram massas, mas estéreis como caixa de ressonância porque é um grão no deserto dos blogs-desabatos; mas não deslegitima sua validade!! Que dilema, hein.... Se precisar de uma companhia vazia para compartinhar o uso de entorpecentes é só me chamar!!!! Um abraço!! Daniel (de novo)
    P.S.: Fiquei com pena de não haver nenhum comentário e dividi o meu em dois.... (como minha alma cristã é caridosa....)

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  3. O público alvo desse blog são as almas inquietas e inconformadas que perdem o sono nos questionamentos sem fim. É como se vc engolisse um cão e um gato vivos e tivesse que conviver com essa guerra no estômago. E ainda ter a obrigação de amar a vida e seus malditos semelhantes.Escrever, no seu caso, funciona como um antiácido para aplacar, ainda que momentâneamente, a asia. É bom tê-lo de volta!
    Carol

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