terça-feira, 1 de setembro de 2009

Globo x Record

Bem, vínhamos observando com grande frequência (isso, frekência, conforme o novo acordo da língua portuguesa), ataques mútuos entre a maior emissora do país, uma das maiores do mundo, e a emissora do virtuose da pregação, Edir Macedo. Ocorre que fica difícil posicionar-se diante de tanta verdade. Realmente o que o Bispo faz em sua igreja é algo no mínimo duvidoso. Um amigo me disse que tava desempregado, namorada com outro namorado, pior que vendedor de rapadura em terra de diabético, quando, após as expulsões de demônios, com tanta gritaria não tem demônio que fique, casas, carros, salários, tudo no palco, ele se viu quase doando seu vale-transporte, quando pensou: como vou pra casa? E esse dinheiro vai por aí, pra TV, pra avião, pra faculdade, pra editora, pro diabo, quer dizer, pro diabo não. Mas a TV em que "a gente se vê" não é santa, o problema é que a IURD não ataca o que ela faz de pior, pois também está buscando tornar-se sua substituta nesse quesito: alienação da nação. Como o objetivo é ser sucinto sempre, ninguém tem o dia todo, já corto e vou pro fim. Parece que estamos diante de uma briga entre o Esqueleto e o Munrrar (o ser eterno), entre Vingador e Lex Lutor, sei lá, entre o mal e o mal. Um mais forte o outro mais fraco, mas não menos perverso e maléfico. O ideal portanto parece ser a destruição dos dois canais e toda sua rede, revistas, cabo, rádio, internet e todos os canais pelos quais entram e destroem qualquer possibilidade de desenvolvimento de uma sociedade nacional crítica e inteligente. Um outro problema, e aí vem o desespero machucando o coração, é que, quisera Deus, ô paizinho, acabassem as opositoras em questão, teríamos para redenção a Luciana Gimenez, o Pânico, a Hebe, o Sílvio, a Eliana, enfim, desalento. Curioso é que, no país em que o serviço público é detonado o tempo inteiro, temos como melhor opção de TV uma emissora pública. Pra não perder a esperança, um pouco de música do He-Man: “O bem vence o mal/ espanta o temporal/ o azul o amarelo/ tudo é muito belo”

4 comentários:

  1. Na semana do "pega pra capar", tinha lido mais ou menos isto no Observatório da Imprensa:

    A Globo é como uma novela da Globo, que nos conta historinhas para boi dormir. Nenhuma novela da Globo quer mudar o mundo ou nos tornar pessoas melhores. Ela nos convida a comprar xampu, iogurte e automóvel, mais nada. Assim é a Globo.

    A Record é uma grande igreja do bispo Macedo com fachada de rede de comunicações. E a igreja do bispo Macedo não é moleza. Os tais templos têm cara de cartório e alma de cobrador de impostos. Entrou ali, pimba!, você está achado por eles e perdido pra sempre.

    A Globo queria a nossa mente e o nosso corpo, hoje se satisfaz com uma parte razoável do nosso bolso, e ainda faz o Criança Esperança pra mostrar que é legal e ganhar um descontão do Leão. A Globo é como a igreja Católica, que faz o que faz, mas com um jeito respeitável, sem levantar muita suspeita.

    A Record quer enfiar o exu-caveira na gente e cobrar pra tirar, em suaves prestações mensais, pelos próximos 30 anos.

    Tenho saudades do SBT e da Tele Sena. Pelo menos ali ficava na cara que o que o Silvio Santos tinha era uma rede de televisão inteira devotada a vender Tele Sena, sem disfarces, sem lavagem cerebral, sem me chamar de otário tão descaradamente...

    (Com algumas adaptações, mas é isso mesmo. Até saudade do SBT dá pra sentir...)

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  2. belo é seu texto, cadu. gostei!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Entretenimento...eis a questão. Quem não gosta pode desligar a TV e ir ler um livro (by MTV). Quem pode assina TV a cabo e procura entre as centenas de opções algo relevante, pode ser que tenha. Quem não quer ficar entre o tiroteio sai do morro.

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