quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Independência

Num lugar muito, muito longe, um pai começa a explorar sexualmente sua filha aos 10 anos de idade. No começo só ele, depois cobrava uns trocados, uma cachacinha, um franguinho dos conhecidos para poderem praticar tal atrocidade. A menina cresceu, foi ficando incoveniente manter aquela exploração em sua casa, sob seu total domínio. A esposa reclamava, os “clientes” chegavam de madrugada, acordando toda casa, a polícia, conselho tutelar, e outros desses órgãos simbólicos começaram a observar mais atentamente, enfim, o cerco se fechava. Eis que surge uma grande idéia: ela agora vai morar sozinha! Numa conversa com a filha, num momento de grande bondade e nobreza, o pai diz: minha filha, já és uma moça, uma mulher, e é reconhecendo isto e querendo o teu bem que te dou tua independência, morarás sozinha. Peço apenas que não esqueça teu pai e tudo que fizemos por ti, continue com tua atividade, pague teu aluguel, compre aí um arroz, saco vazio não para em pé, tome garrafadas quando aparecerem bicheiras em teu instrumento de trabalho, e toda semana passo aí para pegar o que sobra. Bem sabes que tua mãe já é doente e precisa muito de nós agora. E assim foi, até hoje a moça comemora o dia em que o pai lhe deixou morar só. O pai morreu, no entanto, apareceram outros para exercerem a tutela e continuarem recebendo os louros da atividade exercida pela moça. Ela ainda acredita que tudo isso passa, que a vida é assim mesmo.

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