segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um escrito antigo

Mexendo nas minhas coisas, encontrei um escrito que fiz há uns dez anos. Tem inocência, mas também tem verdade, e na verdade esses sentimentos estavam adormecidos, mas voltaram com muita força. Na época o Augusto fez até uma música.

Dia cinza

E o dia continua cinza e a flor já não tem mais aquele perfume

Aliás, já não se fala mais de flores, ao invés, cartões internautas

O cheiro que atrai agora é o da gasolina e do papel moeda

Não quero participar dessa cumplicidade criminosa que nos cega

Mas não tenho a quem gritar então eu grito ao vento, quem sabe ele leve tais pensamentos para as nuvens e estas façam chuvas, lavem as almas dos homens de tanta indiferença, ignorância hipocrisia

Vejo todos abaixarem as cabeças e não vêem o horizonte que é turvo, mas está lá

Chega de sonhar o sonho do outro, sejamos originais em nosso querer

Chega de falar de tudo e não dizermos o que queremos dizer

Vamos desconectar e nos darmos as mãos, fazer uma teia. Lembrar que somos humanos

Ainda sentados esperando as soluções, a resposta está mais próxima

E o tempo passa e se esperarmos mais pode ser tarde

Já é hora de mudarmos esses dias cinzas

Esquecer a tela e olhar no olho, ver o outro além da máscara, se mostrar além da carne

Lembrar que o ontem ainda agora foi hoje, e que o amanhã daqui a pouco é o agora

Lembremos que não estamos em uma novela e temos coração

E que passemos pelas horas sem apenas assistirmos elas passarem por nós

2 comentários:

  1. Sejamos essência e não aparência... Adorei o post, Cadu. Beijos!

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  2. Hoje mesmo fiz a seguinte pergunta: -Por que esperar o fim de semana para fazer algo bom? Por que ainda bem que a semana vai passar rapidinho?" Nunca gostei desse tipo de comentário... Claro que fui chamanda de "Do Contra". Mas pra mim devemos fazer algo que nos faz bem e aos outros tb de segunda à segunda. Por que não?

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