quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Sobre o mundo


Sim: o mundo muda, desde que nem era mundo, ele muda.
Até o que é ou não é o mundo muda.
Eu mesmo deixei de pensar sobre o meu mundo quando descobri que ele não era nem meu, nem era o mundo.
O mundo é tudo que tem nele, o que não tem ainda e o que deveria ter.
Ele não gosta quando dizem coisas do tipo “o mundo segundo os...”. Ora, não se é algo segundo alguém acha. Apenas se é.
O mundo é isso e aquilo e aquilo outro também e tudo o mais que nele está e poderia ser é ele também.
E a gente vem pra cá e ajuda e estraga, embeleza e faz feiuras, nasce, escarnece e morre, às vezes brinca e muitas vezes não brinca.
No mundo tem de tudo, mas todo dia tem uma novidade.
Mas uns não têm nada e outros têm tudo. Daqui um pouquinho esses têm mais ainda e aqueles perdem o que já não tinham.
Nada e tudo por aqui são conceitos indeterminados.
Tem dia que meu mundo sou eu, noutros é meu filho ou minha mulher, noutros ainda é o virtual ou o real desalentador.
Olha, esse negócio de mundo parece que não é pra gente séria.
Ia agora começar a falar sobre o ser humano nesse lugar.
Que ele agride, subjuga, explode o outro, joga lama e venenos por todo lado.
Aí pensei que pra falar de flores não é preciso falar de suas chagas.
O mundo é o mundo, apesar da humanidade.






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