A violência chegou. Na verdade ela nunca nos deixou. Por
aqui (como em todos os lugares), ela, a violência praticada pelo homem, a qual possivelmente
existe desde o primeiro dessa espécie. Evidentemente, não acredito numa suposta
homogeneidade entre as histórias dos milhares (milhões?) de povos que já habitaram este planeta, tampouco tenho
qualquer pretensão de discorrer sobre um assunto sobre o qual não tenho nenhum
conhecimento. Essas primeiras informações estão aqui apenas para representar a
ideia de que a violência não é uma novidade, um fenômeno exclusivo da
contemporaneidade, nem aqui nem em lugar algum. Ela acontece (ou aconteceu) das
mais diferentes formas, pelos mais variados motivos, com inimagináveis
instrumentos e rituais.
Ocorre que agora ela é notícia permanente, espetáculo
onipresente, assunto das mais variadas rodas de conversa. Atinge a tod@s nós,
seja diretamente, seja de forma reflexa – quando afeta a alguém de quem
gostamos -, seja pelos mais variados meios de comunicação. Isso é horrível,
traz medo, desesperança, ansiedade, pânico, incerteza, insegurança etc. Por
outro lado, se a discutirmos inteligentemente, esse pode ser um momento de
reflexão e ação sobre uma mazela social de demasiada gravidade.
O extermínio indígena e as atrocidades cometidas contra os
negros ao longo da história do nosso país estarreceriam Datenas, Sherazhardes e
toda sorte de programas cujos produtos são a barbárie e a maldade humana (se
esses grupos fossem pertencentes à classe dominante, é claro).
Não lamentamos as violências histórica e contemporaneamente
praticadas contra os índios, os negros ou os pobres. Ao contrário,
naturalizamos ou ignoramos esses fatos.
Porém,
chegou o dia em que o fenômeno até então invisibilizado bate à porta de tod@s.
O que fazer? É
claro que eu não tenho a solução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário