quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Oração por uma outra política

Senhor,

Perdoe-nos por, mais uma vez, termos usado as urnas de maneira leviana e eleito ser tão vil;

Perdoe-nos por não ter compreendido teu sinal ao nos mostrar um crime grave, que depois pareceu apenas uma curiosidade. Quem viola um painel, viola o direito do outro, pode violar tudo.

Acreditamos em algumas lágrimas mal forjadas e achávamos que devíamos exercitar o que nos ensinou: o perdão. Sem lembrar, Senhor, que só devemos perdoar quando há o arrependimento verdadeiro, o que certamente não foi o caso.

Bem sabes que o mal usa de todos os meios para nos convencer, pegando pelo ponto fraco, com todo o dinheiro que já nos roubou, depois nos compra: um pão pra quem tem fome; uma escritura pra quem mora em colônia agrícola; um cargo pra quem quer ganhar sem trabalhar; uma licitação pra quem quer ganhar e dividir com quem a adjudicou.

Mas arrependidos, muito arrependidos, estamos, Senhor! E entendemos já termos sido castigados o bastante com esses anos de descaso pela saúde e educação, ver alguém escondendo na meia o dinheiro que falta pra comprar o remédio na rede hospitalar, sem o qual nossos irmãos padecem todos os dias em filas infinitas e depois ainda são enterrados em cemitérios transformados em negócios escusos, nem os nossos mortos ele respeitou! Isso já é castigo suficiente.

Perdoados, Senhor, temos um pedido: que os deputados distritais façam o mínimo que se espera deles – Impeachment do Governador! Quem sabe amenizem, um pouco, a imagem de inúteis corruptos que construíram ao longo dos últimos anos.

Que eles façam isso pela consciência, Senhor, pois se não o fizerem: nós não vamos parar e vamos parar esta cidade! Chega! Continuaremos a entoar a oração que nos ensinou:

“Arruda na Papuda!
P. O no xilindró!”

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